Grau de investimento no Brasil até 2026 depende de milagre fiscal, diz analista

Após aumento de nota pela Moody's, especialistas alertam que superavit primário é crucial

Por Dominic Ferreira,

Após a Moody's elevar a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, colocando o país a apenas um degrau do grau de investimento, analistas apontam que a recuperação do selo de bom pagador até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conforme esperanças do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, parece improvável sem um ajuste fiscal rigoroso. A decisão da Moody's foi recebida com cautela, destacando a necessidade de superavit primário de 1% a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para estabilizar a dívida pública.

Foto: Reprodução/Freepik/Imagem ilustrativaCapa

Atualmente, o Brasil enfrenta um cenário desafiador: taxas de juros elevadas, uma dívida pública crescente e projeções de deficit até 2030. Para analistas como Maílson da Nóbrega, a Moody's não teria considerado adequadamente o risco fiscal brasileiro, enquanto outros economistas, como Simão Davi Silber, questionam a sustentabilidade da elevação da nota. A expectativa de superavit primário parece difícil de ser alcançada, uma vez que o governo dispõe de margem limitada para cortes em despesas obrigatórias, que atualmente representam 96% do orçamento federal.

A Moody's justificou a melhora na nota pela perspectiva de crescimento econômico acima do esperado, mas críticos apontam que essa elevação pode ser efêmera frente ao cenário fiscal e aos compromissos de gastos do governo. Para que o Brasil recupere o grau de investimento, seria necessário um milagre fiscal, segundo analistas, que destacam a urgência de reformas profundas e o corte de gastos para garantir a credibilidade e a estabilidade da economia nacional.

Fonte: Correio Braziliense

Comente

Pequisar