Projeções do Boletim Focus indicam inflação acima do teto da meta para 2024
Previsão para IPCA atinge 4,55%, enquanto Selic e PIB também têm ajustes nas estimativas
Os economistas do mercado financeiro ajustaram para cima as expectativas de inflação para 2024, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) projetado agora em 4,55%, de acordo com o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (28). Esse valor ultrapassa o teto da meta do Conselho Monetário Nacional (CMN) de 4,5%, marcando a quarta semana consecutiva de alta nas previsões. Se confirmada, essa será a primeira vez desde 2022 que a inflação supera a meta estabelecida, o que reforça a preocupação com a estabilidade econômica no próximo ano.

O cenário de pressão inflacionária sugere a manutenção de uma política monetária restritiva, com elevação da taxa básica de juros, a Selic. Após o ajuste de setembro para 10,75% ao ano, a expectativa é que ela atinja 11,75% até o final de 2024. Para 2025, há previsão de leve redução, com a taxa sendo projetada em 11,25%. A manutenção dos juros elevados visa controlar o aumento dos preços, mas também pode impactar negativamente o acesso ao crédito e os investimentos.
Em relação ao crescimento econômico, as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) indicam uma leve alta, passando de 3,05% para 3,08% em 2024. Esse ajuste reflete um certo otimismo quanto ao desempenho de setores como o agronegócio e a indústria, que mantêm ritmo de crescimento mesmo em meio a incertezas globais. Para 2025, no entanto, a expectativa é de desaceleração, com uma projeção de crescimento de apenas 1,93%.
A volatilidade do câmbio também preocupa o mercado, com a previsão para o dólar ao final de 2024 subindo de R$ 5,42 para R$ 5,45. A valorização da moeda norte-americana reflete tanto o ambiente interno quanto a influência de fatores externos, como a política monetária dos Estados Unidos e as tensões geopolíticas. Especialistas alertam que, embora o governo brasileiro esteja monitorando o cenário, a combinação de inflação elevada, juros altos e câmbio instável poderá restringir o crescimento econômico sustentado, pressionando o poder de compra e a dinâmica dos investimentos.
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Fonte: Correio Braziliense