Consumo de álcool gera R$ 18,8 bilhões de custos anuais aos cofres públicos

Relatório da Fiocruz aponta que o álcool mata 288 pessoas diariamente no Brasil

Por Dominic Ferreira, 05/11/2024 13:19

O impacto financeiro e social do consumo de álcool no Brasil foi evidenciado em estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que revelou custos de R$ 18,8 bilhões aos cofres públicos em 2019. Encomendado pela Vital Strategies Brasil e pela ACT Promoção da Saúde, o estudo aponta que o álcool causa 12 mortes por hora no país e gera gastos elevados no Sistema Único de Saúde (SUS), além de perdas significativas na Previdência e no mercado de trabalho.

Foto: Reprodução/Freepik/Imagem ilustrativa

Relatório da Fiocruz aponta que o álcool mata 288 pessoas diariamente no Brasil.

Os custos diretos do álcool para o SUS, incluindo hospitalizações e tratamentos ambulatoriais, somaram R$ 1,1 bilhão em 2019, enquanto os custos indiretos — que incluem licenças médicas, aposentadorias precoces e perda de produtividade — alcançaram R$ 17,7 bilhões. Além disso, os dados mostram que homens representam 78% dos custos previdenciários associados ao consumo de álcool, indicando maior impacto entre o público masculino.
Pedro de Paula, diretor da Vital Strategies Brasil, destacou que o estudo visa conscientizar a população sobre os malefícios do álcool e promover políticas públicas contra seu abuso. Ele defende o aumento da tributação sobre bebidas alcoólicas como forma de reduzir o consumo, uma estratégia que encontra apoio em 62% dos brasileiros. Para o diretor, a tributação é uma medida eficaz e pode replicar o sucesso obtido com a regulamentação do tabaco nas últimas décadas.
O deputado Jorge Solla (PT), relator de um projeto de lei sobre o combate ao consumo abusivo de álcool, propõe a destinação de impostos arrecadados com bebidas alcoólicas para campanhas de prevenção e ampliação de serviços de tratamento e apoio. O estudo também sugere que o impacto negativo do álcool, especialmente entre jovens e trabalhadores informais, exige ações urgentes para mitigar os custos de saúde e as perdas de vidas.

Fonte: Correio Braziliense