Brasil considera reduzir tarifa de etanol em negociação com Trump
Medida pode ajudar a atacar preços internos e facilitar diálogo comercial com os EUA
O governo brasileiro, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está considerando a redução da alíquota de importação sobre o etanol, atualmente fixada em 18%. Essa medida, que se alinha às pressões do presidente dos EUA, Donald Trump, visa facilitar a entrada do etanol americano, produzido a partir do milho, no Brasil.

A proposta é vista como uma oportunidade de negociar concessões comerciais com a Casa Branca, ao mesmo tempo que poderia ajudar a baixar os preços dos combustíveis no mercado interno, um tema sensível em um momento de baixa popularidade do governo devido à alta dos preços de alimentos e combustíveis. A possibilidade de uma redução significativa na tarifa, que poderia chegar a zero, foi descrita por um funcionário do governo como uma maneira de "matar dois coelhos com uma só cajadada".
- Participe do nosso grupo de WhatsApp
- Participe do nosso grupo de Telegram
- Confira os jogos e classificação dos principais campeonatos
Ao incluir a diminuição da tarifa sobre o etanol nas discussões comerciais com os Estados Unidos, o Brasil busca não apenas atender às reclamações da administração Trump, mas também utilizar essa negociação como uma forma de obter benefícios em outras áreas. Por outro lado, a entrada de etanol de milho americano no mercado poderia pressionar os preços para baixo, beneficiando os consumidores brasileiros.
A situação é complexa, especialmente considerando o desgaste político com os usineiros, que já estão insatisfeitos com o governo Lula e seu partido, o PT. No entanto, os integrantes do governo acreditam que o Nordeste, onde a produção de etanol é mais cara, está melhor preparado para enfrentar a concorrência sem tarifas, especialmente após a implementação de projetos significativos nos últimos anos, como os de produção de biocombustíveis a partir de milho e sorgo, especificamente no Piauí.
Além disso, o Brasil está avaliando a possibilidade de aumentar a mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%. A mudança, permitida pela Lei do Combustível do Futuro sancionada em 2024, pode gerar uma demanda adicional de até 1,4 bilhão de litros de etanol por ano, o que ajudaria a mitigar os impactos da abertura do mercado para o etanol americano. Enquanto isso, negociações paralelas sobre tarifas de aço e alumínio, que também afetam as exportações brasileiras, estão em andamento, com o vice-presidente Geraldo Alckmin se preparando para conversas com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.
Fonte: CNN Money