Mais de 50 países buscam acordos com EUA após novas tarifas

Medidas tarifárias impulsionam negociações internacionais e agitam mercados globais, com a Casa Branca defendendo a política comercial diante de críticas e temores de recessão.

Por Carlos Sousa,

Mais de 50 países já procuraram a Casa Branca com o objetivo de iniciar negociações comerciais após a recente imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos. A informação foi confirmada por Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, em entrevista ao programa This Week, da ABC News, no domingo (6).

Foto: • CNNTrump assina decretos no Salão Oval• CNN

Segundo Hassett, as tarifas impostas pelo governo do ex-presidente Donald Trump não fazem parte de uma estratégia para pressionar o Federal Reserve a reduzir as taxas de juros, nem têm como objetivo deliberado derrubar os mercados financeiros. A declaração veio após Trump compartilhar, na rede Truth Social, um vídeo sugerindo que sua política tarifária buscava forçar a queda do mercado para influenciar o banco central.

A nova política comercial norte-americana, anunciada por Trump na quarta-feira (2), gerou ampla reação internacional, provocando tarifas retaliatórias da China, além de temores generalizados de uma guerra comercial global e de uma possível recessão econômica. A turbulência levou os índices acionários dos EUA a caírem cerca de 10% em apenas dois dias, marcando a pior semana para o mercado financeiro americano desde o início da pandemia de COVID-19, em 2020.

Durante participação no programa Meet the Press, da NBC News, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, minimizou o impacto da queda do mercado e afirmou que não há razões para prever uma recessão com base nas tarifas. Ele destacou o crescimento mais forte que o esperado nos dados de emprego como indicativo da solidez da economia americana.

Apesar das críticas de analistas e economistas — que alertam para o risco de inflação e desaquecimento econômico —, o governo Trump segue defendendo a estratégia como uma reestruturação da posição dos Estados Unidos no cenário comercial global. Hassett afirmou que, até o momento, mais de 50 países manifestaram interesse em abrir canais de negociação, incluindo Taiwan.

O presidente taiwanês Lai Ching-te ofereceu, no mesmo domingo (6), tarifas zero como ponto de partida para um acordo com os EUA. Em vez de adotar medidas retaliatórias, Lai sinalizou a disposição de remover barreiras comerciais e promover novos investimentos taiwaneses em território americano.

Hassett ainda declarou que não se espera grande impacto sobre os consumidores dos EUA, já que os exportadores, segundo ele, tendem a reduzir os preços para se manter competitivos no mercado americano.

Com a expectativa de mais uma semana volátil nos mercados, o cenário internacional permanece atento às consequências da nova política tarifária dos Estados Unidos, enquanto cresce o número de países buscando alternativas diplomáticas e comerciais para lidar com as mudanças.

Fonte: CNN Brasil

Comente

Pequisar