Um terço das exportações do Brasil aos EUA está livre de tarifas adicionais

Um estudo recente da Câmara Americana de Comércio (Amcham) revelou que aproximadamente um terço das exportações do Brasil para os Estados Unidos está isento do "tarifaço" implementado pelo presidente Donald Trump na semana passada. A análise aponta que a ordem executiva de Trump contém uma lista de bens que não estão sujeitos a essas tarifas.

Foto: Reprodução | 4045 | Freepik | Imagem ilustrativa

No caso brasileiro, essa lista representa cerca de US$ 11,4 bilhões em importações, o que equivale a 27% do total enviado ao mercado norte-americano. A pesquisa da Amcham destaca que 83,5% dos bens isentos pertencem a dois setores principais: combustíveis minerais e madeira e obras de madeira.

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Foto: Reprodução | USITC

A lista de exceções é extensa e inclui 47 produtos farmacêuticos, 374 produtos químicos orgânicos, 16 máquinas e materiais elétricos, e várias categorias de metais preciosos e produtos químicos. Contudo, a entidade alerta que, apesar da isenção, esses bens podem estar sujeitos a tarifas adicionais sob outras legislações, o que exige uma análise cuidadosa de cada caso.

Adicionalmente, a Amcham aponta que a lista de exceções também abrange bens que o presidente dos EUA pode usar para lidar com ameaças à segurança nacional, permitindo bloquear ou restringir importações e exportações específicas. No total, são 1.039 produtos que representam cerca de 20% das importações dos EUA em 2024, totalizando US$ 655,4 bilhões. A maior parte desse valor, 68,5%, está concentrada em combustíveis minerais e produtos farmacêuticos, o que pode reforçar a posição do Brasil em buscar um diálogo ativo com os Estados Unidos.

O cenário atual é de incerteza quanto à reação dos países às tarifas recíprocas. A nova legislação americana desencoraja retaliações, mas também abre a possibilidade de redução das tarifas para nações que adotem medidas significativas para alinhar-se a questões econômicas e de segurança nacional com os EUA. A Amcham acredita que isso resultará em um aumento nas negociações entre Washington e os principais países, destacando a importância de mecanismos de diálogo já estabelecidos, como o Diálogo Comercial entre Ministérios de Comércio, a Comissão do Acordo para Comércio e Cooperação Econômica (ATEC) e o Fórum de CEOs.

Fonte: CNN Money