Novos mercados se abrem para a carne brasileira em meio a tensões comerciais

Brasil busca ampliar exportações de carne com acordos e rastreabilidade até 2033

Por Dominic Ferreira,

 O Brasil está se preparando para explorar novos mercados para sua carne, especialmente em meio ao aumento das tensões comerciais decorrentes da guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos. A recente visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão e ao Vietnã teve como um dos principais objetivos a abertura de mercados para a carne brasileira. De acordo com o governo federal, a missão foi bem-sucedida, especialmente com a confirmação de um acordo favorável com o Vietnã, embora ainda haja indefinições com o Japão.

Foto: Reprodução | Marcelo Casal Jr | Agência BrasilAumento das tensões comerciais pode beneficiar exportações brasileiras de carne.
Aumento das tensões comerciais pode beneficiar exportações brasileiras de carne.

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, acredita que a Europa terá uma demanda crescente por carne proveniente do Mercosul, especialmente em um contexto onde as tarifas dos EUA dificultam o comércio. Viana destaca a importância do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que, embora ainda dependa de aprovações, pode facilitar um comércio mais livre entre as partes, em contraste com as políticas protecionistas dos EUA.

Foto: Reprodução | MDICExportação de carne brasileira
Exportação de carne brasileira

A Sociedade Rural Brasileira (SRB), por meio de sua diretora-executiva, Patrícia Medeiros, afirma que o Brasil tem potencial para expandir significativamente seu mercado internacional de carnes, especialmente após a aprovação do Plano Nacional de Rastreabilidade Bovina, que visa garantir a rastreabilidade de todo o rebanho até 2033. A rastreabilidade é uma necessidade crescente em mercados exigentes como o europeu, onde os consumidores demandam informações sobre a origem da carne que consomem. Entretanto, o Brasil enfrenta desafios para acessar mercados mais rigorosos, como Japão e União Europeia, que exigem padrões sanitários elevados.

João Paulo Franco, coordenador de produção animal da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ressalta que a ampliação de acordos que incluam cortes de carne mais valorizados, como miúdos, pode aumentar a rentabilidade da cadeia produtiva. A percepção internacional sobre a carne brasileira, que evoluiu em qualidade e segurança, é um indicativo de que o país pode solidificar sua posição como fornecedor confiável em um mercado global em constante mudança.

Fonte: Correio Braziliense

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