Peso argentino despenca e ações disparam após fim parcial do controle cambial

Governo Milei flexibiliza câmbio e anuncia acordo bilionário com o FMI para reerguer economia

Por Redação do Portal AZ, 15/04/2025 08:32

O mercado financeiro argentino viveu um dia de fortes reações nesta segunda-feira (14), após o governo de Javier Milei iniciar a flexibilização do controle cambial, o chamado “cepo”, em vigor desde 2019. A mudança marca o fim da paridade fixa da moeda local e a adoção do câmbio flutuante, permitindo que o valor do peso seja definido pela oferta e demanda.

Foto: Pixabay

Peso argentino

A medida provocou a desvalorização imediata do peso argentino, que caiu 11,38% frente ao dólar, fechando a R$ 1.196,31 por dólar. Por outro lado, o índice S&P Merval — que acompanha as ações mais líquidas da Bolsa argentina — avançou 4,70%, e empresas argentinas listadas nos EUA também registraram altas expressivas, algumas acima de 18%.

As mudanças fazem parte de um pacote econômico mais amplo, que inclui um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de US$ 20 bilhões. Segundo o governo, os recursos servirão para recapitalizar o Banco Central, fortalecer as reservas e apoiar a desinflação.

Além da nova política cambial, o acordo com o FMI prevê uma meta de superávit primário de 1,3% do PIB em 2025 e o acúmulo de US$ 4 bilhões em reservas internacionais líquidas até o final deste ano. O governo também trabalha com a expectativa de que, se o programa for bem-sucedido, o país possa retornar ao mercado internacional de capitais até 2026.

A expectativa é que o câmbio flutue inicialmente entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar, com ajuste mensal da faixa. O Banco Central poderá intervir caso o valor saia desses limites.

O governo espera que o fim do controle cambial estimule as exportações, atraia novos investimentos e restaure a confiança na economia argentina — embora ainda haja grandes desafios pela frente, como a inflação persistente e o déficit de reservas.

Fonte: Com informações do G1 nacional