China proíbe entregas de jatos americanos em retaliação a tarifas dos EUA

A decisão é uma resposta direta às tarifas de até 145% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses.

Por Rayfran Junior,

O governo chinês ordenou que as companhias aéreas do país suspendam a aquisição de novos jatos da fabricante americana Boeing. A medida, revelada pela Bloomberg News nesta terça-feira (15), é uma resposta direta às tarifas de até 145% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses.

Foto: Divulgação/BoeingJatos Boeing 737 Max
Jatos Boeing 737 Max

Além de interromper as entregas de aeronaves, Pequim também orientou que as empresas de aviação locais suspendam a compra de peças e equipamentos fornecidos por fabricantes norte-americanos. A decisão tende a elevar os custos de manutenção das aeronaves Boeing já em operação na China.

Segundo a Bloomberg, o governo chinês estuda ainda mecanismos de apoio financeiro às companhias que alugam aeronaves da fabricante americana e que serão afetadas pelo aumento de custos decorrente das novas tarifas.

A medida é mais um revés para a Boeing, que já enfrenta uma série de desafios, incluindo uma greve de trabalhadores em 2023 e a perda de confiança no mercado após o incidente com a porta de uma aeronave durante um voo em janeiro. A empresa acumula queda superior a 30% em seu valor de mercado desde então. Nesta terça-feira, suas ações recuaram 3% no pré-mercado, enquanto a rival europeia Airbus registrou alta de 1%.

As três principais companhias aéreas chinesas — Air China, China Eastern Airlines e China Southern Airlines — tinham planos de incorporar 179 aviões da Boeing até 2027. Com a nova decisão, esse cronograma está ameaçado, o que pode beneficiar concorrentes como a própria Airbus e a fabricante chinesa COMAC.

A suspensão das entregas ocorre poucos dias após a China anunciar o aumento das tarifas sobre produtos americanos para até 125%, em retaliação ao pacote tarifário implementado por Washington. Analistas alertam que a escalada das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo pode afetar significativamente o fluxo de comércio bilateral, que ultrapassou US$ 650 bilhões em 2024.

Fonte: Com informações do G1 e CNN

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