Pendurado com dívidas de R$ 13 bilhões, o Piauí pede mais empréstimos
Desse valor, R$ 10,372 bi são de empréstimos tomados por Wellington Dias e Rafael Fonteles
No ano de 2024, segundo dados da Secretaria de Tesouro Nacional, o Piauí tinha dívidas que somavam R$ 13,178 bilhões. Desse valor, R$ 10,372 bilhões são de empréstimos tomados pelos governos dos petistas Wellington Dias e Rafael Fonteles, atual governador do Piauí, que agora pediu que os deputados lhe deem uma ordem legislativa para pegar um novo empréstimo, de R$ 5,8 bilhões.

O dinheiro não é para fazer obras, nem para qualquer tipo de investimentos. É, sim, para tirar o Estado do sufoco de juros que não pode pagar. O próprio governo estadual admite tal possibilidade na mensagem que encaminhou aos deputados pedindo a aprovação legislativa para a operação – cujo fim é o que se chama de alongamento da dívida, ou seja, tornar maior o prazo para a amortização.
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Refinanciar o que deve
Diz o governador Rafael Fonteles em sua mensagem que a proposta que encaminha aos deputados estaduais “tem como objetivo central permitir a reestruturação e a recomposição do principal de contratos de dívida atualmente em vigor, cujas condições se encontram menos vantajosas frente às alternativas disponibilizadas no mercado, sobretudo em função das boas práticas de gestão fiscal que o Estado do Piauí vem consolidando nos últimos anos.”
A troca de uma dívida antiga por uma mais nova se dá sempre por duas razões básicas. A primeira é que o tomador do empréstimo que pouca liquidez (menos dinheiro em caixa) para fazer frente aos encargos (juros e amortização) do financiamento. A segunda é que uma instituição bancária topou refinanciar a dívidas em condições que o devedor pode pagar.
A essa nova operação – um empréstimo novo para pagar empréstimos antigos mais onerosos – o governador Rafael Fonteles chamou de “uma oportunidade estratégica para reorganizar o passivo estadual de maneira mais eficiente”.
O que está dito no subtexto encaminhado aos deputados é que o Piauí tem um fluxo de caixa incapaz de manter os pagamentos das dívidas bilionárias contraídas – o que de modo subjetivo é mencionado a nova operação de crédito como uma “substituição de dívidas de custo elevado por novas operações com prazos mais longos, encargos mais adequados e fluxo financeiro mais equilibrado”.
As dificuldades de caixa, não admitidas pelo governo, apenas nas entrelinhas da mensagem encaminhada aos deputados estaduais, fica evidente quando o governador menciona que o novo empréstimo “viabilizara significativa economia anual nos encargos financeiros e reforçará a capacidade de pagamento do Estado, sem comprometer a continuidade dos serviços públicos nem os investimentos essenciais previstos no Plano Plurianual (PPA) e na Lei Orçamentária Anual (LOA)”.
Fonte: Portal AZ