Confisco da poupança completou 35 anos pouco antes da prisão de Collor

Ex-presidente, responsável pelo confisco, foi preso por corrupção na BR Distribuidora

Por Dominic Ferreira,

O confisco do dinheiro depositado nas cadernetas de poupança pelo governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello completou 35 anos dias antes de sua prisão, ocorrida nesta sexta-feira (25). Considerado um dos momentos mais marcantes da história econômica do Brasil na pós-redemocratização, o confisco foi parte do Plano Collor, um pacote econômico que buscava conter a hiperinflação que assolava o país na época.

Foto: Marcelo Camargo/ Agência BrasilFernando Collor e outros dois empresários são acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Fernando Collor de Mello.

O aniversário do confisco aconteceu no dia 16 de março, e na quinta-feira (24), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão de Collor após rejeitar o segundo recurso de sua defesa. O ex-presidente foi condenado em maio de 2023 a oito anos e dez meses de prisão por sua participação em um esquema de corrupção na BR Distribuidora, atual Vibra.

A prisão de Collor ocorreu às 4 horas da madrugada desta sexta-feira, quando ele estava a caminho de Brasília, segundo sua defesa, para cumprir espontaneamente a decisão do ministro. O confisco da poupança, que foi implementado logo após sua posse em 15 de março de 1990, resultou em um feriado bancário de três dias, durante o qual a população ficou sem acesso aos seus fundos. Quando os bancos reabriram, muitos clientes enfrentaram filas e a falta de dinheiro disponível para saques, com limites estipulados a 50 mil cruzados novos.

O Plano Collor Um, elaborado pela equipe econômica chefiada pela ministra Zélia Cardoso de Mello, visava congelar recursos equivalentes a 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O pacote incluía medidas drásticas, como controle de preços e salários, aumento de tarifas de serviços públicos e demissões em massa de servidores. A implementação desse plano foi um reflexo da grave crise econômica enfrentada pelo Brasil na época, quando a hiperinflação fazia com que os preços dos produtos aumentassem drasticamente, gerando descontentamento e instabilidade social. A prisão de Collor, coincidentemente, traz à tona memórias dessa era conturbada da política e economia brasileiras.

Fonte: CNN Money

Comente

Pequisar