FMI alerta sobre “desafio fiscal muito forte” para o Brasil nos próximos anos

Dívida pública deve crescer de 87,3% do PIB em 2024 para 92% em 2025, segundo estimativas

Por Dominic Ferreira,

O diretor do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo Valdés, destacou que o Brasil enfrenta um “desafio fiscal muito forte” e questionou se o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomará novas medidas para controlar o crescimento da dívida pública. Em uma coletiva de imprensa realizada na sexta-feira, 25, Valdés mencionou que, apesar das ações já adotadas para estabilizar a dívida, a necessidade de mais iniciativas nesse sentido é uma preocupação central nas discussões com o governo brasileiro.

Foto: Reprodução | elcarabobenoFundo Monetário Internacional (FMI)
Fundo Monetário Internacional (FMI)

As previsões do FMI indicam que a dívida pública do Brasil, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), deve aumentar de 87,3% em 2024 para 92% em 2025. Essa tendência é alarmante, pois ao final do governo Lula, a expectativa é que a dívida chegue a 96%, representando um aumento significativo desde 2020. Valdés alertou que muitos países enfrentarão níveis de dívida que retornarão aos picos observados durante a pandemia de covid-19, reforçando a urgência de que o Brasil cumpra sua meta de superávit primário neste ano.

Em relação à política monetária, Valdés elogiou o Banco Central (BC) brasileiro por manter uma abordagem “rigorosa” em sua política de juros, com o objetivo de controlar a inflação e mantê-la próxima da meta de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ele ressaltou a importância da independência dos bancos centrais, especialmente em um ambiente econômico incerto, como o atual.

O FMI também projetou que o Brasil enfrentará uma “desaceleração relevante” em 2025, com a expectativa de crescimento do PIB de apenas 2,0%, uma redução de 0,2 ponto percentual em relação à previsão anterior. Em comparação com o crescimento de 3,4% registrado no ano anterior, essa desaceleração reflete os impactos das políticas econômicas mais rígidas e dos efeitos da guerra comercial global nas economias. Na América Latina, o impacto será desigual, com o México possivelmente enfrentando uma recessão, enquanto países como Argentina e Equador devem experimentar uma recuperação significativa.

Fonte: CNN Money

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