Mais de 2 mil professores não receberam abono do Fundeb e denunciam governo
Eles possuem vínculo ativo, mas estão afastados para mestrado ou doutorado em suas áreas de atuação
Servidores da educação que estão afastados para formação continuada emitiram uma nota denunciando que a Secretaria de Educação do estado (Seduc-PI) não efetuou o pagamento referente ao Abono do Fundeb de 2022. Os profissionais alegam que possuem vínculo ativo ao órgão e deveriam ter direito aos valores.

O Fundeb é um fundo especial, de natureza contábil e de âmbito estadual (total de 27 fundos), composto por recursos oriundos de impostos e das transferências dos Estados, Distrito Federal e Municípios vinculados à educação. Ele foi instituído como instrumento permanente de financiamento da educação pública, em especial à educação básica.
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O valor do fundo que não é investido, deve ser repassado em forma de abono à profissionais que atuam na educação básica nos estados. O Piauí pagou parte dos valores destinados em dezembro de 2022, mas segundo os profissionais, a Seduc não efetuou os pagamentos para todos os funcionários que tinham direito.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica (SINTE-PI), os profissionais que não foram contemplados com o abono, estão afastados para formação continuada, ou seja, estão se capacitando através de mestrados e doutorados nas suas áreas, mas seguem com vínculo ativo com a Secretaria da Educação e exercício garantido por lei enquanto se capacitam para exercício da profissão em suas respectivas funções.

Em nota, o sindicato afirma que não só a Seduc não pagou o abono do Fundeb, como também alterou a folha de pagamento, excluindo os profissionais da folha padrão.
"Além disso, a secretaria juntamente com o governo nos retirou da folha de pagamento “PADRÃO-FUNDEB” em julho de 2022, passando a partir dessa data a creditar nossa remuneração como “bolsa de estudo” pela folha padrão do Tesouro estadual”
O sindicato ainda ressalta que a lei Lei N° 14.113/20, que regulamenta o Fundeb, é clara sobre a situação de profissionais afastados para formação continuada. De acordo com a lei, o vínculo ativo com a Seduc, garante que, mesmo afastados para capacitação, os funcionários continuam gozando dos mesmos direitos que qualquer outro profissional com vínculo ativo.
De acordo com o SINTE, cerca de 2 mil profissionais deixaram de receber o abono.
“Tanto os professores e nutricionistas da rede estadual afastados para qualificação e os representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado do Piauí (SINTE-PI), quando foram creditados os valores do rateio do ABONO FUNDEB 2022, em dezembro de 2022, reclamaram e denunciaram o não pagamento de cerca de 2 mil profissionais, quando somados com os professores a disposição de outras secretarias exercendo atividades pedagógicas.” diz o sindicato em nota.
No dia 02 de fevereiro deste ano, o governador, Rafael Fonteles, anunciou um novo pagamento residual do abono do Fundeb, segundo o gestor, os novos valores devem ser pagos até o dia 14 de fevereiro. No entanto, os servidores afastados continuam fora desta nova lista, que contempla professores que já receberam o abono em dezembro.
De acordo com o Governo do Piauí, os requisitos para ter direito ao abono são:
I - Existência de vínculo ativo, efetivo ou temporário, com a Secretaria de Estado da Educação;
II - Localização e exercício das atividades próprias de seu cargo, função ou contrato em unidades de ensino da rede pública estadual;
III - Inexistência de registros de afastamentos em razão de:
a) faltas injustificadas;
b) licenças sem vencimentos;
c) cessão para órgãos externos ao Poder Executivo Estadual;
d) afastamento para exercício de mandato eletivo;
e) penalidade disciplinar prevista no regime jurídico único dos Servidores Públicos Civis do Estado do Piauí;
f) prisão mediante sentença transitada em julgado.
Fonte: Com informações do SINTE-PI