GSI divulga imagens de segurança do Palácio no dia dos ataques em 8 de janeiro

Imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto gravadas no dia 8 de janeiro de 2023, quando centenas de manifestantes invadiram e vandalizaram a sede do Poder Executivo, foram divulgadas pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) em seu site. Os arquivos estavam sob sigilo por fazerem parte de um inquérito policial que investiga os ataques de 8 de janeiro, mas trechos deles foram divulgados pela CNN na última quarta-feira (19). 

Foto: Reprodução

Um dos trechos em que o ex-ministro aparece transitando entre os vândalos

Na sexta-feira (21), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre os atos golpistas, determinou a quebra do sigilo das gravações para envio à investigação em andamento no STF.

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Após a divulgação do conteúdo, o então ministro-chefe do GSI, general Gonçalves Dias, pediu demissão depois de aparecer nas imagens junto com outros funcionários da pasta, aparentemente sendo conivente com vândalos no momento em que invadiam o Palácio. As imagens viralizaram nas redes sociais.

Pelo menos nove desses servidores foram identificados pelo próprio GSI. Todos eles foram ouvidos pela Polícia Federal (PF) no prazo de 48 horas, a pedido de Alexandre de Moraes.

Em nota divulgada no dia 19, o GSI informou que os agentes  que aparecem nas imagens estavam buscando evacuar o quarto e o terceiro piso para concentrar os invasores no segundo andar, onde foram presos depois da chegada da Polícia Militar do Distrito Federal. Na nota, o GSI também informou que as ações dos agentes da pasta no dia da invasão estão sendo investigadas e, caso sejam comprovadas condutas irregulares, eles serão responsabilizados.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou em entrevista na última sexta-feira (21) que os depoimentos à PF são importantes para apurar responsabilidades. Padilha ressaltou que as imagens, sobretudo quando editadas, não são instrumentos que possam provar absolutamente nada, mas que são importantes para identificar a responsabilidade de todos aqueles que aparecem nas imagens. Ele também afirmou que o presidente Lula solicitou ao ministro interino do GSI, Ricardo Capelli, que faça uma análise dos servidores que estão hoje no GSI e que possam ter participado dos atos golpistas.

O ministro também afirmou que o governo está aguardando a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro para montar sua estratégia. Segundo ele, a CPMI terá o papel de desmontar "uma teoria conspiratória absurda de que as vítimas" foram as responsáveis pelos atos terroristas. Padilha acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de ser "responsável moral, espiritual e organizativo" pelos atos. O ministro disse que tanto a PF quanto a CPMI vão atrás daqueles que financiaram, planejaram e mobilizaram e também dos servidores que possam ter auxiliado os invasores dentro do Palácio do Planalto.

Fonte: Agência Brasil