MPPI pede interrupção de atividades econômicas em área de desmatamento ilegal
Entidades ambientais afirmam que a situação é de urgência
O Ministério Público do Piauí solicitou o bloqueio de matrículas de fazendas e a interrupção de atividades econômicas em áreas desmatadas ilegalmente no município de Santa Filomena, a fim de combater a degradação ambiental. A denúncia partiu do Coletivo de Povos e Comunidades Tradicionais do Sul do Piauí e foi embasada em um relatório da Secretaria do Meio Ambiente do estado (Semarh), que constatou desmatamentos ilegais em cerca de 3 mil hectares e aplicou multas no valor de 3,3 milhões de reais às fazendas envolvidas.

De acordo com informações do site Rede Social, uma das áreas afetadas é a Fazenda Kajubar, que já havia sido denunciada anteriormente. A Rede Social de Justiça e Direitos Humanos publicou um relatório intitulado "Desmatamento, Grilagem de Terras e Financeirização", em maio de 2022, expondo desmatamentos sem licença ambiental ocorridos nesta fazenda. Comunidades locais denunciaram novos desmatamentos em fevereiro de 2023.
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A comunidade de Barra da Lagoa, situada em parte do território desmatado, está enfrentando consequências negativas da expansão dos monocultivos de soja, que utilizam grandes quantidades de agrotóxicos. Amostras de água dos brejos e do Riozinho, que banham a região, foram analisadas pela Fiocruz, revelando a presença de diversos inseticidas e fungicidas. A pesquisadora Aline do Monte Gurgel, da Fiocruz, defendeu a responsabilização dos produtores de soja para que arquem com os custos de descontaminação durante uma audiência na Câmara dos Deputados em 1º de junho. Mercês Alves, da Comissão Pastoral da Terra no Piauí, denunciou que as empresas de soja estão transformando o Cerrado em um "cemitério de agrotóxicos", contaminando o solo e as águas.

A expansão da soja no Cerrado é resultado da grilagem de terras e do desmatamento promovido pelo agronegócio. Além dos impactos ambientais, a comunidade de Barra da Lagoa enfrenta ameaças de pessoas armadas a serviço de grileiros locais. Essa comunidade, que tem preservado o Cerrado por muitas gerações, está em busca da proteção de suas terras e do fim da degradação.
Para garantir a preservação do Cerrado e o direito à terra das comunidades locais, é necessário que o pedido do Ministério Público do Piauí seja acolhido pelo Juiz da 2ª Vara de Bom Jesus.
Fonte: Com informações da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos