Depoimentos simultâneos: Bolsonaro, Michelle e Cid Prestam esclarecimentos à PF

Os depoimentos ao mesmo tempo visam evitar que os depoentes interfiram nas respostas dos demais

Por Redação do Portal AZ, 31/08/2023 09:43

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid estão agendados para prestar depoimentos simultâneos à Polícia Federal nesta quinta-feira (31/8). A ação da PF visa evitar a coordenação de respostas entre os depoentes, em meio à investigação sobre a suposta venda ilegal de presentes recebidos durante viagens oficiais da Presidência da República. Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que Cid não poderia se comunicar com Bolsonaro e Michelle.

Foto: Reprodução

Os depoimentos estão marcados para iniciar às 11h

Além dos mencionados, também serão ouvidos os advogados Fabio Wajngarten e Frederick Wassef, o pai de Cid, Mauro César Lourena Cid, bem como os assessores Osmar Crivellati e Marcelo Câmara. As oitivas estão programadas para iniciar às 11h. Cada depoimento, ocorrendo simultaneamente, será conduzido por um delegado individualmente.

Cid, que está detido há três meses no Batalhão de Polícia do Exército em Brasília, é investigado em diversas situações que envolvem o ex-presidente Bolsonaro, como as joias sauditas, falsificação de cartões de vacinação e um plano supostamente golpista para anular o resultado das eleições de 2022.

No decorrer dos depoimentos, a PF pretende indagar Bolsonaro sobre seu possível envolvimento na negociação ilícita das joias. A suspeita das autoridades é que tais operações ocorreram por orientação de Bolsonaro, supostamente gerando um lucro de R$ 1 milhão. A PF alega que os objetos valiosos foram levados aos Estados Unidos no mesmo voo em que Bolsonaro viajou em dezembro do ano passado. Os bens deveriam ter sido incorporados ao patrimônio público.

Cooperação Internacional

Com apoio dos Estados Unidos, a PF brasileira busca acessar as contas bancárias do ex-presidente, de Mauro Cid e do general Mauro Loureira Cid, mantidas no território norte-americano. A polícia também está rastreando as joalherias envolvidas na comercialização das peças, especialmente o relógio que teria sido "resgatado" por Wassef.

Esse relógio, feito de platina e cravejado de diamantes, foi presenteado por sauditas a Bolsonaro durante uma viagem oficial em 2019. O objeto foi levado para os EUA e, de acordo com a PF, em junho do ano passado, foi vendido por mais de U$S 68 mil, aproximadamente R$ 346 mil. Frederick Wassef entra nessa etapa da história, pois teria ido aos EUA recomprar o relógio, que estava exposto em uma joalheria em Miami, com a intenção de entregá-lo ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Fonte: Com informações do Correio Braziliense