Para dobrar rebanho Piauí precisa de 273 mil cabeças de gado a cada ano até 2030
O governo tem usado a duplicação do atual rebanho como uma meta a ser atingida pela facilitação que haverá quando o Estado for declarado zona livre febre aftosa sem vacinação
O governo do Piauí tem divulgado que estabeleceu por meta dobrar o rebanho bovino do Estado até 2030. Assim, no período de seis anos – ou menos que isso – o rebanho de bois e vacas sairia de 1,427 milões para cabeças agora para 2,854 milhões em 2030 – o que representa agregar 273 mil animais por ano ao rebanho.

Não se trata de coisa fácil nem simples a se fazer – sobretudo considerando o histórico não de ganho, mas de perda de rebanho bovino no Estado, sem contar evidentemente a necessidade recorrente de reposição em razão de abate ou perda.
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O Piauí tem atualmente menos bois e vacas que em 1968. Naquele ano, o Estado tinha, segundo registros do IBGE, 1.761.000 cabeças de gabo bovino o Estado – em termos absolutos, mais de meio século atrás, havia 337 mil cabeças de gado a mais que hoje.
Se a comparação for com 1985, quando havia no estado 1,586 milhão de vacas e bois, a coisa melhora um pouco. A diferença absoluta do rebanho atual com o de quase quatro décadas atrás é de 159 mil cabeças.
O governo tem usado a duplicação do atual rebanho como uma meta a ser atingida pela facilitação que haverá quando o Estado for declarado zona livre febre aftosa sem vacinação. É realmente um elemento fundamental porque facilita entrada e saída de animis, inclusive para engorda.
Os números são extraordinários: agregar 273 mil cabeças ao rebanho para dobrá-lo em seis anos requer uma entrada maior que a saída de animais por abate, perda ou transferência para outros estados. É menos uma questão da pecuária e mais um ponto de contabilidade.
OUTROS REBANHOS
No mesmo ano de 1968 em que o rebanho bovino do Piauí era maior que o atual, os ovinos representavam 1.234.000 cabeças e caprinos, 1.892.000 – os quais não tiveram também significativa alteração. Em 2017, os rebanhos caprino e ovino eram, respectivamente, de - 1.847.952 e de 1.665.307 cabeças, ou seja, em relação a 1968 o Piauí manteve o rebanho caprino e ampliou de ovelhas e carneiros.
Convém que se informe que, de acordo com o IBGE, o valor monetário do rebanho bovino do Piauí em 1968 era de Cr$ 202,9 milhões – o que representava mais que o dobro da soma dos valores dos rebanhos suíno (Cr$ 47,4 milhões), ovinos (Cr$ 14,1 milhões) e caprinos (Cr$ 19,3 milhões).
O IBGE não registrou no Censo Agropecuário de 2017 uma estimativa de valor para o rebanho bovino do Piauí, mas fez isso com relação à produção leiteira, concentrada em dez municípios do Estado.
A produção de leite em 2017, com 92,6 mil vacas ordenhada, produzindo 97,4 milhões de litros de leite e receita de R$ 210,8 milhões.
Dez municípios com maiores rebanhos bovinos Parnaguá, Corrente, Bom Jesus, Monte Alegre do Piauí, Campo Maior, Cristalândia do Piauí, Uruçuí, Curimatá, Santa Cruz dos Milagres e Sebastiao Barros.
Tem juntos 250 mil cabeças de gado.
Fonte: Portal AZ