Páginas que divulgam jogos fraudulentos saem em defesa do Sargento Mota

Para legislação vigente, a mera divulgação de jogos de azar online feita pelas páginas de fofoca é reconhecidamente crime.

Por José Ribas Neto,

Durante uma matéria do Portal AZ sobre a participação de um sargento da PM-PI em um evento de plataforma de jogos online em Teresina, dezenas de subcelebridades e páginas de fofoca que participam da mesma rede de divulgação de plataformas online saíram em defesa de sua participação.

Foto: Reprodução/Youtube /Perfil BrasilJogo do tigrinho é proibido no Brasil
Jogo do tigrinho é proibido no Brasil

As páginas de fofoca endossaram a narrativa de que o Sargento Mota Avelar estava apenas se divertindo e que não era crime. Entretanto, essas mesmas páginas de fofoca divulgam em suas redes sociais jogos da plataforma PG Soft, responsável pelo jogo do tigrinho.

Foto: Reprodução/Redes SociaisPáginas que saem em defesa de Mota, divulgam jogos de azar
Páginas que saem em defesa de Mota, divulgam jogos de azar

A Câmara Federal legislou de forma abrangente através do Projeto de Lei 3915/2023, proibindo influenciadores de promoverem jogos de azar, como o 'Jogo do Tigrinho'. Esta nova legislação também incorpora o PL 4302/2023, que trata da autorização de influenciadores e páginas em redes sociais para anunciarem sites de apostas e cassinos online, bem como regulamenta os impostos sobre os ganhos e a destinação dos lucros, além de tornar um apêndice legal o PL 4394/2023, que torna a divulgação de jogos de azar uma contravenção penal.

Outros influenciadores ligados às plataformas e suas divulgações ofereceram dinheiro, seja por pix ou 'presentes', para que seus seguidores defendessem Mota na postagem da matéria jornalística mencionada.

Foto: Reprodução/Redes SociaisInfluenciadores que divulgam plataformas de azar oferecem dinheiro para seguidores comentarem em máteria
Influenciadores que divulgam plataformas de azar oferecem dinheiro para seguidores comentarem em máteria

Esses influenciadores que divulgam estão, segundo a legislação vigente, classificados como partícipes de práticas ilegais, justamente pela natureza dos jogos violar a Lei de Contravenções Penais, que criminaliza atividades de azar onde os resultados dependem exclusivamente da sorte, seja para ganhar ou perder, e pela sua relação pecuniária, ou seja, o dinheiro investido e captado pelas bancas de aposta.

Segundo o artigo 50 da Lei de Contravenções Penais, fica determinado que o ato de realizar apostas constitui uma contravenção penal, sujeita a uma pena de prisão simples de 15 dias a 3 meses, ou multa, seguindo os ditames estabelecidos pelo Decreto-Lei nº 9.215 de 30 de abril de 1946.

Apesar da mais recente Lei Nº 14.790/2023 dispor sobre a modalidade lotérica denominada apostas de quota fixa, a natureza desses jogos agora legalizados se centra nas apostas esportivas, onde os jogos são regulados e as chances de manipulação são diminutas por estarem sob um sistema de regras e tribunais desportivos que executam as normas vigentes, o que não é o caso das apostas online de jogos de azar.

Fonte: Portal AZ

Comente

Pequisar