Ex-CEO das Lojas Americanas é preso em Madri por fraudes contábeis
Miguel Gutierrez foi detido na Espanha após operação da Polícia Federal que investigou desvios bilionários na empresa
O ex-CEO das Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, foi preso nesta sexta-feira (28) em Madri. A informação foi publicada pelo Blog da Malu Gaspar, do jornal O Globo. A prisão ocorreu um dia após a Polícia Federal (PF) deflagrar a Operação Disclosure, que investiga fraudes contábeis na empresa, estimadas em R$ 25 bilhões. Mandados de prisão também foram expedidos contra Anna Christina Ramos Saicali, ex-diretora das Americanas.
Identificaram-se crimes como manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso condenados, os envolvidos podem pegar até 26 anos de prisão.
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Gutierrez, que vive na Espanha desde janeiro de 2023, quando o escândalo estourou, teve seu nome incluído na Difusão Vermelha da Interpol. Ainda não há informações sobre para qual prisão ele foi levado ou sobre uma possível extradição.
Fraude e Investigação
Segundo as investigações, os resultados financeiros das Americanas foram maquiados para demonstrar um falso aumento de caixa, valorizando artificialmente as ações da companhia na B3, a bolsa de valores brasileira. O Ministério Público Federal (MPF) afirmou que Gutierrez pedia que os balanços financeiros fraudados lhe fossem enviados em pen drives para evitar rastreamento.
A operação é fruto de uma investigação iniciada em janeiro de 2023, após a empresa comunicar "inúmeras inconsistências contábeis" e um rombo patrimonial inicialmente estimado em R$ 20 bilhões, que posteriormente foi revelado chegar a R$ 43 bilhões.
Gutierrez ingressou na Americanas em 1993. Ele assumiu a presidência da empresa em 2003 e permaneceu no cargo até dezembro de 2022, quando renunciou.
Durante seu comando, a companhia passou por diversas transformações, com Gutierrez sendo conhecido por suas estratégias de corte de custos. Seu sucessor, Sergio Rial, que veio do banco Santander, ocupou a presidência por apenas nove dias, saindo após identificar as fraudes contábeis bilionárias.
A fraude envolveu duas operações principais: "risco sacado", que é a antecipação do pagamento a fornecedores por meio de empréstimos junto a bancos, e a verba de propaganda cooperada (VPC), que foram contabilizadas sem existir.
A operação contou com o apoio do MPF e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além da colaboração da atual administração do Grupo Americanas.
Fonte: Com informações do G1