Sindicato aponta suposta manipulação nas despesas com pessoal do governo

SINATFISCO revela aumento artificial de R$ 263 milhões no relatório fiscal de 2024

Por Dominic Ferreira,


O Sindicato dos Agentes de Tributos da Fazenda Estadual do Piauí (SINATFISCO) identificou supostas irregularidades no relatório de despesas com pessoal do Poder Executivo, referente ao 2º quadrimestre de 2024, publicado no Diário Oficial em 27 de setembro. O relatório aponta um acréscimo superior a R$ 263 milhões em comparação ao primeiro quadrimestre, mas o sindicato contesta a justificativa apresentada pelo governo.

Foto: ReproduçãoSINATFISCO revela aumento artificial de R$ 263 milhões no relatório fiscal de 2024.
SINATFISCO revela aumento artificial de R$ 263 milhões no relatório fiscal de 2024.

De acordo com a análise do SINATFISCO, o aumento significativo nas despesas brutas não se deve exclusivamente ao reajuste salarial de 5,35% aplicado a partir de maio, mas sim a uma mudança na forma de contabilização das despesas. A maior parte desse acréscimo — mais de R$ 176 milhões — refere-se às obrigações patronais, resultantes da implementação de uma contribuição patronal extraordinária, conforme decreto nº 23.013/2024.
Augusto Muller, presidente do SINATFISCO, esclarece que o governo transferiu um aporte financeiro que anteriormente não era considerado uma despesa explícita. Esse recurso, que antes era utilizado para complementar o pagamento de aposentadorias e pensões, agora aparece como uma nova contribuição patronal, criando a impressão de um aumento de despesas. “O que realmente ocorreu foi uma transformação de como esses valores são apresentados nos relatórios, não um aumento real nas despesas com pessoal”, explica.
Além disso, o sindicato aponta que as deduções relacionadas à despesa com pessoal, que incluem os recursos do fundo de previdência, diminuíram entre os relatórios do 1º e 2º quadrimestres, amplificando ainda mais o crescimento da despesa líquida. 
O SINATFISCO expressa preocupação com a possibilidade de manipulação das informações financeiras, sugerindo que o governo pode estar buscando limitar a recomposição salarial dos servidores, ignorando as perdas inflacionárias acumuladas ao longo dos anos. “É essencial que os dados apresentados reflitam a realidade, para que os direitos dos servidores sejam respeitados”, conclui Muller.

Fonte: Portal AZ

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