Ações no Piauí orientam e discutem para combater maus-tratos a animais

O mês de abril será marcado por uma série de ações em todo o Piauí para combater os maus-tratos aos animais. Durante a campanha conhecida como Abril Laranja, serão realizadas palestras educativas em escolas municipais e estaduais para abordar temas como guarda responsável e legislação de proteção animal.

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Foto: Divulgação

"Nós sabemos que o animal não tem como se proteger. Então, é dever constitucional do Estado criar mecanismos de proteção ao meio ambiente, inserindo-se a causa animal. O objetivo é chegar ao maior número possível de pessoas do dever de proteger os animais A iniciativa faz parte de um conjunto de ações que constam no programa Piauí Livre de Maus-Tratos. A data foi escolhida, hoje (04), em decorrência da celebração do Dia Mundial de Proteção Animal. Quanto mais pessoas estiverem irmanadas nesta causa, melhor para os animais, melhor para toda a sociedade", disse o advogado Francisco Júnior, presidente da Comissão de Proteção e Defesa aos Animais da OAB-PI.

Foto: Divulgação

Os coordenadores da campanha alertam que, há estudos que demonstram que crianças e adolescentes que maltratam animais, quando adultos, tornam-se violentas contra seres humanos. "É fundamental que a gente alerte as famílias e também conclame toda a população para a proteção aos animais. Por isso é importante a campanha" - dizem.

Durante o evento promovido pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, manifestaram-se em forma de apoio à causa a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, o Conselho Regional de Medicina Veterinária, a Comissão de Proteção e Defesa aos Animais da OAB-PI, o Batalhão de Policiamento Ambiental ,além de outras entidades.

Foto: Divulgação

"É importante educar a população e destacar a legislação. O estado do Piauí não é carente de legislação ambiental e de proteção aos animais. É necessária mais estrutura. Por exemplo, países como a Holanda levaram cerca de 100 anos para acabar com todos os animais de rua. Então, nós temos um longo caminho pela frente. E o Piauí não estará atrás com relação à legislação de proteção aos animais. É importante sempre debater esse tema e a gente vai continuar falando sobre ele" - disse Francisco Júnior.

Samanta Volpato, advogada e coordenadora de proteção animal da Diretoria de Defesa Social da Secretaria de Segurança Pública do Piauí, entrevistada, disse que o número institucional 190 consegue atuar em todo o estado. Perguntada sobre que exemplos podem ser citados de casos que configuram agressões aos animais? Ela respondeu: "Quando a gente fala em maus-tratos, as pessoas tendem a acreditar que é só agressão física. E os maus-tratos também podem estar configurados naquele acorrentamento ininterrupto do animal, que é você manter o animal o dia inteiro preso numa corrente onde ele não consegue se locomover, não consegue sentar, não consegue correr. Manter o animal privado de água e alimento, manter o animal em um local onde ele não pode se abrigar do sol, da chuva, ter um animal doente, deixar de prestar o atendimento veterinário que ele precisa. Todas essas situações se configuram também maus-tratos, não especificamente a violência física".

"A Teoria do Elo ou Teoria do Ciclo da Violência é definida como a relação entre os maus-tratos aos animais e a violência contra grupos vulneráveis, especialmente mulheres, crianças e idosos. As agressões aos animais não surgem isoladamente. A violência contra o animal é reconhecida como um sinal de problema no ambiente familiar, um alerta de ocorrência de violência doméstica. O “elo” se caracteriza pelo abuso dirigido ao animal como parte de uma dinâmica familiar de violência, que contribui para submeter as outras pessoas mais vulneráveis a um ambiente de medo e submissão", conclui o presidente da Comissão da OAB-PI, advogado Francisco Júnior.

Fonte: Portal AZ