Moraes determina prisão de Fernando Collor e plenário do STF decidirá se mantém
Ex-presidente tem prisão decretada no âmbito da Lava Jato
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta quinta-feira (24) os últimos recursos apresentados pela defesa do ex-presidente Fernando Collor de Mello e determinou a execução imediata da pena de 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A ordem foi expedida no âmbito da Operação Lava Jato, em desdobramento que envolve desvios milionários na BR Distribuidora.

De acordo com Moraes, os embargos de declaração protocolados por Collor tinham caráter “meramente protelatório” e não trouxeram qualquer elemento novo capaz de alterar a condenação. Na decisão, o ministro ordena a prisão imediata do ex-presidente e o início do cumprimento da pena, com a expedição do Atestado de Pena a Cumprir pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal.
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A medida, no entanto, ainda será submetida ao plenário do STF. A pedido de Moraes, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, agendou uma sessão extraordinária em ambiente virtual para esta sexta-feira (25), com início às 11h e término às 23h59. Os ministros vão decidir se mantêm ou não a ordem de prisão.
Enquanto isso, a determinação segue válida e pode ser executada a qualquer momento. Segundo o despacho, a comunicação do cumprimento da ordem deve ser feita conforme prevê o artigo 66, inciso X, da Lei de Execução Penal.
Condenação por propinas na BR Distribuidora
Collor foi condenado em maio de 2023 pelo recebimento de R$ 29,9 milhões em propinas pagas entre 2010 e 2014, quando exercia mandato de senador. Segundo o Ministério Público, os valores foram repassados por empresários para que Collor facilitasse contratos entre a BR Distribuidora — subsidiária da Petrobras — e a UTC Engenharia, voltados à construção de bases de combustíveis em diversos estados.
Além do ex-presidente, também foram condenados os empresários Luís Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos. A condenação foi confirmada em novembro de 2024 pelo plenário do STF, por 6 votos a 4.
Com a negativa final dos recursos, a decisão de Moraes marca o encerramento da fase recursal e pode resultar, pela primeira vez na história do país, na prisão de um ex-presidente da República por corrupção, em sentença transitada em julgado no Supremo.
Fonte: Globo/G1