Agrônomo diz que irrigação consome 30 vezes mais água que hidrogênio verde
Ele rebate o falso alarme de ambientalistas na Direto da Redação
O engenheiro agrônomo Josenilto Lacerda Vasconcelos rebate a informação de ambientalistas sobre haver graves riscos ambientais ao Delta do Parnaíba com a instalação da planta industrial de produção de hidrogênio verde na cidade de Parnaíba.
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Ele afirma que há uma distorção de dados e que o uso da água do rio Parnaíba no processo industrial deverá consumir menos de meio por cento da vazão do rio em sua menor cota, ou seja, quando houver menos água correndo no leito. Nas mesmas condições, o perímetro irrigado dos Tabuleiros Litorâneos consome 12%, ou seja, 30 vezes mais que a irrigação.
Lacerda, que é irrigante nos Tabuleiros Litorâneos, contesta a informação de um grupo de trabalho liderado pelo professor e pesquisador Valdinar Bezerra, da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), para quem o consumo de água na geração do hidrogênio verde seria exagerado – por representar, segundo dados do pesquisador, mais que o consumo médio de toda a cidade de Parnaíba.
O irrigante diz que está havendo neste caso um ato de desonestidade intelectual, com relevante exagero na leitura dos dados. “O projeto H2V deve consumir na média 0,4% da vazão do Rio Parnaíba no período de menor vazão. Para efeito de comparação, os Tabuleiros Litorâneos devem consumir 12%. Nem um e nem outro devem causar maiores impactos em nenhum ecossistema da região”, disse o irrigante.
O agrônomo é uma voz a ser considerada no debate, porque há pelo menos duas décadas atua nos Tabuleiros Litorâneos, tendo até sido o primeiro e único produtor de caju orgânico (e de cajuína orgânica) no Estado.
“Eu participei até o final da audiência pública da primeira fase do licenciamento na última quinta-feira. Os argumentos contra são patéticos”, diz Lacerda.
Indagado sobre a participação popular na audiência pública sobre o licenciamento da planta industrial para gerar hidrogênio verde, ele diz concordar que a “participação popular de fato fica comprometida, porque são estudos técnicos publicados em cima da hora para serem analisados por leigos, em sua esmagadora maioria”.
Neste cenário, afirma que “a participação de radicais ambientais predomina no contraponto”, o que para ele concorre à existência de uma análise ruim, com argumentos que podem se basear em dados lidos de maneira equivocada. “A distorção dos números é um fato”, argumenta.
O que aconteceu
A crítica de Josenilto Lacerda deu-se à argumentação de um grupo de estudos da Universidade Estadual do Piauí, segundo o qual a instalação da fábrica consumiria água demais – equivalente a 4,8 vezes o consumo total dos moradores de Parnaíba.
https://www.portalaz.com.br/colunas/39/direto-da-redacao/57741/direto-da-redacao-sem-agua-parnaiba-vive-de-carro-pipa/
Fonte: Portal AZ