Advogada da família de Janaína Bezerra pede anulação da sentença

A representante legal solicita novo julgamento após condenação de 18 anos para o réu Thiago Mayson por estupro e homicídio da estudante Janaína Bezerra

Por Carlos Sousa, 03/10/2023 17:16

A advogada Florence Rosa, que atua em nome da família da estudante Janaína Bezerra, anunciou na terça-feira (3) sua intenção de pedir a anulação da sentença proferida pelo Tribunal do Júri. A sentença condenou Thiago Mayson da Silva Barbosa a 18 anos de prisão por estupro e homicídio da jovem estudante de jornalismo, Janaína Bezerra, de 21 anos.

Foto: Edição do Portal AZ/Reprodução Defesa pede anulação de sentença no caso Janaína

Florence Rosa declarou que, até no máximo sexta-feira, ela e o Ministério Público, representado pelo promotor Benigno Filho, apresentarão em conjunto ao Tribunal de Justiça uma apelação buscando a anulação do julgamento e a realização de um novo Tribunal do Júri para o acusado.

A advogada argumenta que houve um "equívoco" por parte do Júri ao não considerar o crime como feminicídio no caso de Janaína.

"Ocorreu um equívoco por parte dos jurados no que tange a um quesito específico, e por essa razão houve uma desclassificação do crime de homicídio qualificado para homicídio culposo. Por essa razão e de acordo com nosso entendimento, protocolaremos essa apelação, pois existem robustos fundamentos para tanto. Acreditamos que nosso pleito será acolhido, e o acusado será submetido a um novo Tribunal do Júri", afirmou a advogada.

Thiago Mayson foi condenado por homicídio, estupro de vulnerável, vilipêndio de cadáver e fraude processual. A família da vítima havia defendido uma pena de aproximadamente 70 anos, mas a condenação foi reduzida, uma vez que o crime não foi considerado feminicídio.

A delegada Nathalia Figueiredo, responsável pelo inquérito que investigou a morte de Janaína Bezerra, expressou surpresa com a exclusão da qualificadora de feminicídio da pena de Thiago Mayson.

Janaína Bezerra perdeu a vida em janeiro deste ano durante uma calourada realizada no campus da Universidade Federal do Piauí (UFPI). De acordo com a perícia, ela foi estrangulada e estuprada, mesmo após sua morte.

Fonte: Portal AZ