Brasil reduz em 70% área queimada, tendo Amazônia como o bioma mais afetado
Roraima lidera queimadas, mas total de 912,9 mil hectares mostra queda significativa
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Nos três primeiros meses de 2025, o Brasil registrou uma impressionante redução de 70% na área queimada, totalizando 912,9 mil hectares em comparação aos 2,1 milhões de hectares do mesmo período do ano anterior. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (16) e fazem parte do Monitor do Fogo, uma ferramenta do MapBiomas que utiliza imagens de satélite para mapear queimadas em todo o país. Este cenário positivo, no entanto, é contrabalançado pelo fato de que 78% das áreas atingidas eram de vegetação nativa, sendo que 43% desse total correspondia a formações campestres.

Entre os estados mais afetados, Roraima se destacou com 415,7 mil hectares queimados, seguido pelo Pará com 208,6 mil hectares e pelo Maranhão, que perdeu 123,8 mil hectares para o fogo. As cidades de Pacaraima e Normandia, ambas em Roraima, foram as mais impactadas, acumulando, respectivamente, 121,5 mil e 119,1 mil hectares consumidos pelas chamas. Segundo o pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Felipe Martenexen, a estação seca no início do ano torna Roraima particularmente vulnerável a queimadas, refletindo a sazonalidade climática da região.
Embora a redução geral das queimadas seja um ponto positivo, o Cerrado apresentou um aumento de 12% na área queimada em relação ao ano anterior, totalizando 91,7 mil hectares. Essa quantidade representa um crescimento de 106% acima da média histórica desde 2019. Outros biomas, como a Mata Atlântica e o Pampa, também mostraram aumento nas áreas queimadas, com 18,8 mil hectares e 6,6 mil hectares, respectivamente. Em contraste, a Amazônia, embora ainda sendo o bioma mais atingido com 774 mil hectares queimados, teve uma queda de 72% em comparação aos três primeiros meses de 2024.
Março, por sua vez, registrou 106,6 mil hectares queimados, representando 10% da área total atingida no trimestre. Essa redução de 86% em relação ao mesmo mês do ano anterior destaca a tendência positiva, com a Amazônia queimando 55,1 mil hectares e o Cerrado, 37,8 mil hectares. No entanto, a diretora de Ciência do Ipam e coordenadora do Mapbiomas Fogo alerta que a aproximação da estação seca em 2025 pode reverter essa condição de redução, enfatizando a necessidade de estratégias específicas para a prevenção e combate ao fogo em cada bioma.
Fonte: Agência Brasil