Efeitos do clima em 2024 são considerados mais graves por 57% dos nordestinos

Pesquisa revela percepção preocupante sobre mudanças climáticas na Região Nordeste

Por Dominic Ferreira,

Uma pesquisa recente do instituto Nexus de Pesquisa e Inteligência revelou que 57% dos nordestinos acreditam que os eventos climáticos severos que afetaram a região em 2024 foram piores do que o normal. Realizada entre 12 e 17 de dezembro de 2024, a pesquisa "A Visão do Nordeste Sobre Mudanças Climáticas" apontou que, entre os entrevistados, 11% consideraram os eventos climáticos "muito piores que o normal". Apenas 25% afirmaram que a situação foi semelhante a anos anteriores, enquanto 12% notaram uma melhora nas condições climáticas.

Foto: Reprodução/Marcelo Camargo/Agência BrasilCapa

Os dados também indicaram que a maioria dos nordestinos percebe mudanças significativas em relação ao clima. 96% dos entrevistados relataram um aumento de temperatura, 90% notaram menos chuva e 83% sentiram que as secas se tornaram mais graves. Este último dado é especialmente alarmante entre os habitantes de áreas rurais com renda familiar de até um salário mínimo, onde a percepção de estiagem sobe para 86%. Apesar disso, quase metade dos entrevistados (49%) não considera a deterioração das condições climáticas uma crise, embora reconheçam que se trata de um "grave problema".

A pesquisa também destaca uma preocupação crescente com a intensidade dos eventos climáticos extremos nos próximos anos. 45% dos nordestinos entrevistados acreditam que esses eventos, como secas e inundações, se tornarão muito mais fortes nos próximos cinco anos. Essa percepção é mais acentuada entre pessoas com ensino superior e renda familiar acima de cinco salários mínimos. Em contrapartida, 20% dos entrevistados acreditam que esses eventos serão moderados até 2030.

A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Morgana Almeida, comentou que os resultados da pesquisa indicam uma crescente conscientização das pessoas sobre as mudanças climáticas e suas consequências. Segundo ela, a percepção dos entrevistados está alinhada com as previsões de especialistas, que alertam sobre o aumento da temperatura e a frequência de eventos extremos.

A pesquisa, que entrevistou 1.216 pessoas na região nordestina, destaca a urgência de ações para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e proteger as comunidades mais vulneráveis.

Fonte: Agência Brasil

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