Chega a 200 o número de mortos vítimas da ‘Seita do jejum’ no Quênia

Os seguidores foram obrigados a jejuar até a morte

Por Redação do Portal AZ,

Mais de 200 corpos já foram encontrados no leste do Quênia, vítimas de uma seita conhecida como 'seita do jejum', liderada por Paul Nthenge Mackenzie, de 50 anos. A seita, denominada Igreja Internacional da Boa Nova, atraiu seguidores que buscavam apoio espiritual diante das dificuldades econômicas na região da floresta de Shakahola. Sob a promessa de encontrar Jesus Cristo, Mackenzie convenceu seus fiéis a orar e jejuar até a morte, isolando-se na mata.

Foto: ReproduçãoCorpos estão sendo encontrados desde o final do mês de abril
Corpos estão sendo encontrados desde o final do mês de abril

A situação veio à tona depois de denúncias dos familiares dos seguidores da seita, que procuraram a ajuda de Hussein Khalid, diretor executivo da organização não governamental (ONG) Haki Africa. Em uma entrevista, Khalid revelou que foram encontrados 201 corpos em covas coletivas, distribuídas em duas áreas principais da floresta de Shakahola.

Uma das áreas de sepultamento foi descoberta recentemente, próxima à residência de Mackenzie, onde, na última exumação, foram encontrados 110 cadáveres. Desde então, mais 91 corpos foram descobertos. Através de necropsias, constatou-se que nem todos os fiéis morreram de fome, havendo evidências claras de que alguns foram vítimas de asfixia e estrangulamento. Em um dos corpos, foram identificadas marcas de mãos ao redor do pescoço.

Além das vítimas fatais, cerca de 50 sobreviventes foram encontrados na floresta, apresentando diferentes condições de saúde. Alguns estavam extremamente debilitados devido à fome, enquanto outros estavam à beira da morte. No entanto, também foram encontradas pessoas em condições relativamente boas. 

A polícia enfrentou dificuldades para distinguir entre os sobreviventes e os suspeitos, pois alguns dos fiéis auxiliaram seus colegas a jejuar até a morte. Aqueles que foram convencidos a jejuar receberão suporte das autoridades e serão reunidos com suas famílias.

Entre os detidos pelas autoridades estão membros de uma "gangue de capangas" que vigiavam os seguidores de Mackenzie para garantir que não abandonassem o jejum ou tentassem sair da floresta.

A agência de notícias France-Presse informou que em alguns corpos foram encontrados indícios de remoção de vísceras, levantando suspeitas de uma possível rede de tráfico de órgãos humanos.

Fonte: Com informações do Correio Braziliense

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