Putin anuncia cessar-fogo temporário na Ucrânia durante a Páscoa

Rússia ordena suspensão de ações militares de sábado a segunda-feira e aguarda resposta da Ucrânia, que ainda não se manifestou oficialmente.

Por Carlos Sousa,

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou neste sábado (19) um cessar-fogo temporário na guerra da Ucrânia, válido durante o período da Páscoa Ortodoxa. A trégua, segundo o governo russo, entrará em vigor das 18h de sábado até a meia-noite de segunda-feira (21), horário local.
 

Foto: Reprodução/OGloboPutin
Presidente Russo, Vladimir Putin

Em declaração oficial durante uma reunião com o chefe militar Valery Gerasimov no Kremlin, Putin justificou a decisão com base em "considerações humanitárias". A ordem determina a suspensão total das atividades militares russas no período festivo, tradição respeitada em conflitos anteriores da região durante datas religiosas.

“Presumimos que a Ucrânia seguirá nosso exemplo. Ao mesmo tempo, nossas tropas devem estar preparadas para repelir possíveis violações da trégua e provocações do inimigo”, declarou Putin.

Ucrânia ainda não respondeu

Até o momento, o governo ucraniano não se manifestou oficialmente sobre a proposta de cessar-fogo. Moscou afirma que o comportamento de Kiev durante o período de trégua será um indicativo da disposição da Ucrânia para buscar uma solução pacífica para o conflito que já ultrapassa dois anos.

O Ministério da Defesa russo comunicou que todos os comandantes dos grupos envolvidos na “operação militar especial” — expressão utilizada pelo Kremlin para se referir à guerra — já foram instruídos quanto à suspensão temporária das ofensivas.

Guerra em curso e negociações frágeis

O conflito entre Rússia e Ucrânia teve início com a invasão russa em fevereiro de 2022, e desde então, tem sido marcado por intensos combates, elevados números de vítimas civis e tentativas recorrentes de estabelecer diálogos de paz.

Nas últimas semanas, ataques russos voltaram a atingir civis. O mais letal do ano até agora ocorreu em Sumy, no norte da Ucrânia, quando dois mísseis balísticos lançados pela Rússia deixaram 34 mortos e 117 feridos.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky condenou o ataque e renovou os pedidos de apoio internacional, especialmente dos Estados Unidos, além de convidar o ex-presidente Donald Trump para visitar a Ucrânia. Zelensky tem expressado incertezas sobre o apoio americano em longo prazo, apesar de considerar os EUA um parceiro estratégico.

Papel dos EUA e tensões diplomáticas

Apesar de os EUA, sob a administração Trump, terem promovido conversas com representantes de ambos os lados do conflito, o avanço das negociações tem sido limitado. O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, chegou a se reunir com Putin para discutir um possível acordo de paz, mas os ataques recentes evidenciam a fragilidade desses esforços.

Putin agradeceu publicamente aos países que, segundo ele, "buscam uma solução pacífica", citando especificamente Estados Unidos e China. Ainda assim, a troca de ataques entre as tropas russas e ucranianas permanece constante, mesmo em períodos onde cessar-fogos são anunciados.

Atualmente, cerca de 20% do território ucraniano, especialmente nas regiões leste e sul, permanece sob controle russo. A Ucrânia vem compartilhando informações sobre supostos crimes de guerra cometidos por forças russas com parceiros internacionais, e os casos estão sob investigação pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

Fonte: CNN Brasil

Comente

Pequisar