Fisiologismo: partidos e até políticos, isolados, pedem cargos para apoiar PEC

Marcelo Castro quer a Codevasf, que faz dinheiro através de obras no sertão

Por Bruno Santiago, de Brasília,

Dirigentes dos partidos políticos que compõem aliança em torno do futuro governo Lula querem cargos no governo para apoiar a PEC da Transição. Até senadores e deputados federais cujos mandatos se encerram em fevereiro, estão pedindo cargos. 

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil/Roque de Sá/Senado FederalRenan Calheiros e Marcelo Castro
Renan Calheiros e Marcelo Castro disputando a Codevasf, o órgão que facilita liberação rápida de recursos

O mais esfomeado é o MDB, que não pede um só ministério em nome do partido, são os senadores que reivindicam para si. Por exemplo, Marcelo Castro, do Piaui, quer a Codevasf, órgão que rende dinheiro fácil, através de obras no sertão,  que os Renan Calheiros  (pai e filho) reivindicam para Alagoas. 

Além de Simone Tebet, que está na cota de Lula para ganhar um ministério, outros emedebistas como Omar AzIz, querem ministério para o MDB da Amazônia, desde que seja ele quem defina a distribuição dos principais cargos. 

O fisiologismo é grande. Lula está cercado de profissionais na política, grande número deles apoiadores do atual governo, como Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, que já firmaram posição: sem apoio do presidente para a reeleição de presidentes da Câmara e Senado, a PEC não passa. 

Além das emendas, do orçamento secreto, que Bolsonaro vetou, que não serão mais pagas este ano, deputados e senadores pedem cargos, forçando o presidente Lula a assumir compromisso para a partir da posse e, em alguns casos, com quem já não terá mandatos, como deputados e senadores que votarão a PEC, mas que não foram reeleitos. Caso contrário, a PEC da transição não será aprovada. Lula se vê refém, mas precisa  deles, no momento. 

O presidente eleito tem se irritado em reuniões de cobrança de cargos, mas não passa disso e termina fechando acordos até espúrios, fingindo publicamente tratar-se da governabilidade. É possível que o próximo governo tenha 40 ministérios. Sem falar em vários órgãos com status de ministérios. 

Fonte: PORTAL AZ

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