MPF faz novas denúncias contra envolvidos em atos de vandalismo
Denunciados são acusados da prática de seis crimes contra o Supremo Tribunal Federal
A Procuradoria Geral da República encaminhou nesta quarta-feira (18), ao Supremo Tribunal Federal (STF), novas denúncias contra cinco pessoas, quatro delas presas em flagrante no último domingo (8) enquanto praticavam atos de vandalismo e depredação na sede do Supremo Tribunal Federal.

Nas denúncias, o MPF aponta a prática dos crimes de associação criminosa armada (art. 288, parágrafo único); abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L); golpe de Estado (art. 359-M); dano qualificado contra o patrimônio da União (art. 163, parágrafo único, I, II, III e IV), furto qualificado pelo rompimento de obstáculo (art. 155, § 4º, inciso I), todos do Código Penal; e deterioração de patrimônio tombado (art. 62, I, da Lei nº 9.605/1998), observadas as regras do artigo 29, caput (concurso de pessoas) e artigo 69, caput (concurso material), ambos também do Código Penal.
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Como quatro dos cinco denunciados foram detidos dentro da sede do STF, no momento em que os atos de vandalismo ainda eram praticados, a individualização da conduta de cada um e a coleta das provas foram agilizadas, possibilitando a apresentação das primeiras denúncias apenas cinco dias após os ataques.
O quinto denunciado foi flagrado em vídeo segurando a réplica da Constituição Federal que fica exposta no prédio. Em relação aos presos em flagrante, todos foram ouvidos em audiência de custódia e tiveram o flagrante convertido em prisão preventiva. As investigações prosseguem, e essas mesmas pessoas podem vir a ser denunciadas por outros crimes – tais como organização criminosa, terrorismo e agressão a policiais e jornalistas, entre outros –, conforme o resultado das apurações.
O trabalho de identificação e da apuração das condutas continua e, nos próximos dias, devem ser apresentadas denúncias contra outros envolvidos nos atos. O Ministério Público Federal, na condição de titular da ação penal, já solicitou ao STF a abertura de sete inquéritos para identificar e responsabilizar todos os envolvidos nos atos criminosos, sejam ele executores, financiadores, instigadores e autores intelectuais ou agentes públicos.
As denúncias apresentadas ao Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira são assinadas pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, indicado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para coordenar o Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos e atuar nos feitos relativos ao tema em curso na Corte Superior. Esse é o primeiro passo da ação penal. Se o STF aceitar as denúncias do MPF, os cinco denunciados deixam de ser suspeitos ou investigados e passam à condição de réus.
Intimação prévia – Também nesta quarta-feira, o coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, enviou petição ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, em que requer a intimação (pessoal) do Ministério Público nos inquéritos e processos referentes aos atos antidemocráticos para evitar “violação das normas vigentes”. Carlos Frederico Santos relatou ter tomado conhecimento pela imprensa de que o ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres foi interrogado nesta quarta-feira.
“Não obstante as prerrogativas asseguradas ao Ministério Público pela constituição Federal e pela legislação em vigor, não houve a intimação da Procuradoria-Geral da República para a execução do referido ato processual", pontuou no documento, lembrando que o Ministério Público é o titular da ação penal, conforme prevê o artigo 129 da Constituição Federal.
Fonte: Com informações do MPF