Glauber Braga recebe visita de lideranças petistas durante greve de fome

Deputado protesta contra possível cassação de mandato e completa 84 horas de jejum

Por Dominic Ferreira, 13/04/2025 09:13

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) recebeu, na tarde de sábado (12), a visita de importantes lideranças políticas, incluindo a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias. O parlamentar está em greve de fome desde a última quarta-feira (9), quando o Conselho de Ética votou, por 15 votos a 3, pela sua possível cassação, e tem dormido nas dependências da Câmara dos Deputados.

Foto: Leandro Rodrigues/ASCOM-Sâmia Bomfim

Glauber Braga em greve de fome que já dura 84 horas.

Segundo a assessoria do PSOL, Gleisi classificou a decisão do Conselho de Ética como "injusta e desproporcional". Lindbergh, por sua vez, afirmou estar conversando com líderes partidários para buscar uma solução para a crise. O protesto de Glauber já soma 84 horas de jejum, consumindo apenas água, água de coco e isotônico. O deputado tem dormido cerca de quatro horas por noite, tendo inclusive assistido a um episódio da série Black Mirror durante a última madrugada.

A acusação contra Braga está relacionada a um incidente em 2024, quando ele foi acusado de empurrar e expulsar um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) do Congresso Nacional, chegando inclusive a chutar o homem. O PSOL considera o processo no Conselho de Ética uma "articulação golpista". Glauber alega que o processo é uma retaliação do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em resposta às denúncias feitas por ele no caso do orçamento secreto, o que Lira nega veementemente. O relator do processo, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), leu um parecer que pede a cassação de Glauber, afirmando que o deputado "extrapolou dos direitos inerentes ao mandato, abusando das prerrogativas que possui".

Braga ainda poderá recorrer da decisão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Caso a CCJ rejeite o recurso, o processo seguirá para o plenário, onde precisará de 257 votos para ser aprovado, o que representaria a efetiva cassação do mandato do deputado.

Fonte: CNN Brasil