Ex-presidente do Peru é condenado a 15 anos por propina da Odebrecht

Ollanta Humala e sua esposa foram acusados de receber dinheiro ilegal na eleição de 2011

Por Redação do Portal AZ, 16/04/2025 08:55

O ex-presidente do Peru, Ollanta Humala, foi condenado nesta terça-feira (15) a 15 anos de prisão por ter recebido fundos ilícitos da construtora brasileira Odebrecht — atualmente chamada Novonor — durante sua campanha presidencial de 2011. Sua esposa, Nadine Heredia, também recebeu a mesma pena.

Foto: Bo Li/ONU

Ollanta Humala, ex-presidente do Peru

A decisão foi proferida por um tribunal de Lima e entra em vigor imediatamente, mesmo que os réus recorram da sentença. Humala, que governou o país entre 2011 e 2016, cumprirá pena em uma base policial especial, onde já estão presos outros ex-presidentes, como Alejandro Toledo e Pedro Castillo.

A condenação de Humala marca mais um capítulo do escândalo internacional de corrupção envolvendo a empreiteira Odebrecht, desvendado pela operação Lava Jato. Ele é o segundo ex-presidente peruano preso e o quarto implicado diretamente no esquema.

Durante o processo, que levou três anos de julgamento após o início das investigações em 2016, Humala alegou ser vítima de perseguição política. Mas os promotores sustentaram que ele recebeu dinheiro sujo por meio de seu partido, o Partido Nacionalista Peruano, para enfrentar Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, nas eleições.

A Odebrecht admitiu ter pago propinas a políticos de diversos países da América Latina por décadas. No Peru, ex-executivos da empresa revelaram em depoimentos que quase todos os candidatos presidenciais do país receberam financiamento irregular da construtora.

O escândalo já levou à prisão ou queda de vários ex-líderes peruanos. Em 2019, Alan García cometeu suicídio quando a polícia chegou para prendê-lo por envolvimento no esquema. Antes disso, Pedro Pablo Kuczynski (PPK) renunciou em meio às acusações, e Alejandro Toledo foi condenado a 20 anos de prisão por receber US$ 35 milhões em propina.

Fonte: Com informações da CNN