Hugo Motta responde a pressão por anistia: "É preciso ter responsabilidade"
Presidente da Câmara destaca importância da democracia e do Colégio de Líderes em decisões
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), quebrou o silêncio nesta terça-feira em resposta à crescente pressão dos bolsonaristas para pautar o projeto de lei de anistia aos golpistas do 8 de Janeiro. Acusado por alguns parlamentares de omissão e de agir por interesses próprios, Motta enfatizou que, em uma democracia, é crucial discutir as pautas com o Colégio de Líderes, ressaltando que "ninguém tem o direito de decidir nada sozinho". Essa declaração reflete sua intenção de não ceder a pressões sem considerar as implicações para as instituições e a população.
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Embora o projeto de lei tenha recebido um requerimento de urgência com 262 assinaturas, a decisão final sobre a sua tramitação recai sobre Motta. O líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), rapidamente respondeu, lembrando que a maioria da Câmara pode ter um peso maior nas decisões. Ele destacou que a vontade da maioria deve prevalecer e que o presidente tem um papel importante, mas não deve ignorar o respaldo dos deputados que apoiam a urgência da proposta.
A situação se complica para Motta, que está consciente de que avançar com a pauta pode desgastar sua relação tanto com o Palácio do Planalto quanto com o Supremo Tribunal Federal (STF). A pressão por parte dos líderes partidários, que ainda não demonstraram apoio suficiente, poderá ser decisiva na condução do tema. O governo, por sua vez, intensificou suas articulações para tentar neutralizar o apoio à anistia, lembrando aos parlamentares o valor das indicações políticas e dos recursos que foram priorizados para suas legendas.
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também se manifestou, considerando "absurdo" o apoio de deputados da base ao projeto de anistia e negando que o governo esteja realizando operações de retaliação. Gleisi enfatizou que o PL visa garantir a impunidade dos envolvidos em ações contra o governo e que a urgência deve ser destinada a projetos que realmente beneficiem a população. O governo espera que os aliados se comprometam a não apoiar o projeto, uma vez que a retirada de assinaturas do requerimento se tornou inviável, segundo o Regimento Interno da Câmara.
Fonte: Correio Braziliense