Afastamento de Alessandro Stefanutto se baseou em elementos de investigação

Ex-presidente do INSS foi exonerado após apurações sobre fraudes, diz diretor da Polícia Federal

Por Dominic Ferreira,

O ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi oficialmente exonerado de seu cargo na quarta-feira (23), após ter sido afastado judicialmente com base em elementos coletados durante a investigação da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal (PF). De acordo com a CGU, o afastamento foi motivado pela possível omissão de Stefanutto em relação a fraudes que ocorriam desde 2019, que levantaram preocupações sobre a administração da autarquia.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência BrasilPresidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
Presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, explicou que a decisão de afastamento foi tomada respeitando os princípios de autonomia e excelência da prova, além da responsabilidade institucional. Ele afirmou que as investigações incluíram notícias veiculadas na imprensa e análises do Tribunal de Contas da União (TCU), que relataram a continuidade das fraudes sem a devida ação por parte da gestão do INSS. A manifestação do Ministério Público Federal (MPF) e o aval da Justiça foram fundamentais para a decisão, que também incluiu um policial federal entre os investigados.

A operação denominada “Sem Desconto” da CGU e da PF investiga que entidades credenciadas pelo INSS teriam cobrado, sem autorização, um total estimado de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. Como resultado das investigações, seis servidores públicos foram afastados, e foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de bens que somam mais de R$ 1 bilhão e cinco mandados de prisão temporária em diversas localidades, incluindo o Distrito Federal e outros 13 estados.

A exoneração de Stefanutto ocorreu em meio a uma pressão crescente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), refletindo a gravidade da situação. Ao todo, 11 entidades associativas estão sendo investigadas e alvo de medidas judiciais. A PF já indicou que essa deflagração da operação é apenas o início de uma série de fases que podem surgir à medida que novas evidências e informações forem reveladas. A continuidade das investigações busca trazer mais desdobramentos significativos para o caso e suas implicações na gestão do INSS.

Fonte: CNN Brasil

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