Mark Carney lidera virada histórica e é eleito novo primeiro-ministro do Canadá

O candidato liberal ganhou força quando passou a adotar uma postura firme contra o presidente americano Donald Trump, que ameaçou impor tarifas ao Canadá

Por Rayfran Junior, 29/04/2025 11:27

O Partido Liberal do Canadá protagonizou uma reviravolta surpreendente nas eleições realizadas ontem (27), com a vitória de Mark Carney, ex-presidente do Banco Central e novo líder liberal. Com 312 dos 343 assentos do Parlamento já definidos, os liberais conquistaram 154 cadeiras — 23 a mais que o Partido Conservador, liderado por Pierre Poilievre.

Foto: Peter McCabe/The Canadian Press

Anti-trumpista, Mark Carney ganha eleições no Canadá

A vitória simboliza uma mudança radical no cenário político canadense. Há pouco mais de dois meses, os liberais estavam cerca de 25 pontos percentuais atrás dos conservadores nas pesquisas de intenção de voto, o que levou à renúncia de Justin Trudeau. A guinada começou quando Carney passou a adotar uma postura firme contra o presidente americano Donald Trump, que havia prometido impor tarifas ao Canadá e chegou a declarar que gostaria de transformar o país em um "51º estado americano".

A derrota dos conservadores foi agravada pelo fracasso de Poilievre em se eleger em seu próprio distrito, o que o deixa sem mandato parlamentar.

Trump em baixa após 100 dias de novo mandato

Enquanto isso, nos Estados Unidos, Donald Trump completa hoje 100 dias do seu segundo mandato com uma das piores avaliações da história nesse período. Segundo pesquisa Gallup realizada para o Washington Post e a ABC News, apenas 39% dos americanos aprovam sua gestão — número inferior aos 42% registrados em seu primeiro mandato.

Apenas Gerald Ford e Richard Nixon se aproximaram de índices tão baixos, com 48% de aprovação. Em editorial, até o conservador Wall Street Journal, controlado por Rupert Murdoch, fez críticas incisivas: "Aos 100 dias, Trump está em apuros. O presidente precisa de um grande reset se quiser resgatar seus anos finais dos choques econômicos e de política externa que ele próprio desencadeou."

Fonte: Com informações do UOL