CEIR suspende fornecimento de cadeiras de rodas e provoca drama humanitário
A Prefeitura havia se comprometido em colaborar com a solução, mas não se manifestou ainda
Diariamente, pessoas com problema de locomoção tem retornado do Centro Integrado de Reabilitação (CEIR), de maneira desesperada, muitos deles chorando, com a informação de que não receberão cadeiras de roda, muletas, bengalas, andadores, pois alegam que o governo federal não liberou dinheiro.

A própria Associação Reabilitar, responsável pela gestão do Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), em Teresina, informa que suspendeu temporariamente o fornecimento dos meios auxiliares de locomoção a pacientes. A suspensão já está em vigor desde novembro e a situação não tem previsão para ser solucionada.
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Em novembro deste ano, quando a suspensão entrou em vigor, a instituição lançou uma nota explicando o que acarretou na suspensão da distribuição desses materiais.
“A Associação Reabilitar, organização social responsável pela gestão do Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), em Teresina, vem a público esclarecer que teve que suspender temporariamente, a partir deste mês de novembro, o fornecimento dos meios auxiliares de locomoção: cadeiras de rodas, muletas, andadores, bengalas e almofadas de assento de prevenção de úlceras. A medida foi tomada devido à defasagem da tabela de pagamento do Sistema Único de Saúde (SUS), pois os valores seguem sem reajuste desde o ano de 2008.”
Ainda na mesma nota a associação diz que houveram várias tentativas de tratar destes problemas com o Governo Federal, mas que nunca foram respondidas
“Ao longo dos anos, foram feitas várias tentativas de negociação com o Governo Federal, a fim de evitar a suspensão do fornecimento, mas não houve avanço. Além disso, o atual cenário econômico também impactou no preço de insumos importantes para a produção dos itens, como o aço e o alumínio, aumentando ainda mais os custos e contribuindo para que o fornecimento ficasse insustentável.”
Antes mesmo da suspensão ser oficializada em ofício emitido pela associação, uma audiência extrajudicial tinha acontecido em julho para averiguar irregularidades na entrega de cadeiras de rodas. Na época, algumas requisições foram formuladas para buscar a normalidade na distribuição destes itens, mas até o momento, a suspensão continua prejudicando os beneficiários que aguardam receber estes itens.
Segundo o presidente da Associação dos Cadeirantes do Município de Teresina (Ascamte), Wilson Gomes, a Prefeitura Municipal havia se comprometido a colaborar com a solução do problema, junto a Sesapi, mas até agora os órgãos não se manifestaram.
“E a Sesapi e a prefeitura iam entrar com algum recurso, alguma medida que pudesse estar suprindo esse valor a mais para compra de cadeiras de rodas só que até agora a Sesapi e nem a prefeitura se manifestaram. E estava marcada outra audiência pública para o dia 08 de agosto e foi cancelada porque a promotoria lá, pediu, solicitou alguns documentos, solicitou algumas ações e até o dia 08 de agosto não foi enviado nada” Explica Wilson, presidente da ASCAMTE
O presidente da Ascamte diz ainda que não sabe a previsão de uma próxima audiência.
“Então foi suspensa a audiência. E tampouco a gente não sabe quando vai retornar e eu entrei em contato com o CEIR que disse que nem a prefeitura nem a Sesapi entraram em contato com eles então tá suspenso e a gente não sabe a quem recorrer” Completa Wilson.
A suspensão ocorre desde o mês de novembro. Ficaram indisponíveis cadeiras de rodas, muletas, andadores, bengalas e almofadas de assento de prevenção de úlceras.
Veja a nota da Associação Reabilitar
NOTA DE ESCLARECIMENTO – SUSPENSÃO DOS MEIOS AUXILIARES DE LOCOMOÇÃO
A Associação Reabilitar, organização social responsável pela gestão do Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), em Teresina, vem a público esclarecer que teve que suspender temporariamente, desde o último mês de novembro, o fornecimento dos seguintes meios auxiliares de locomoção: cadeiras de rodas, muletas, andadores, bengalas e almofadas de assento de prevenção de úlceras. A medida foi tomada devido à defasagem da tabela de pagamento do Sistema Único de Saúde (SUS) para esses itens. A entidade esclarece que os valores seguem sem reajuste desde o ano de 2008 e por várias vezes tentou negociar com o Governo Federal, assim como têm feito outras entidades nacionais que prestam o mesmo serviço no Brasil. Além disso, o atual cenário econômico também impactou no preço de insumos importantes para a produção desses itens, como o aço e o alumínio, dificultando ainda mais a manutenção dos custos.
A Associação Reabilitar explica, ainda, que alertou a Secretaria Estadual de Saúde do Piauí (Sesapi) e a Fundação Municipal de Saúde de Teresina (FMS) das dificuldades enfrentadas e buscou, junto a esses órgãos, alternativas de complementação financeira para a manutenção do serviço. Porém, nenhum acordo foi firmado e a situação se tornou insustentável.
Vale ressaltar que todos os equipamentos solicitados pelos usuários, até a data da suspensão, serão entregues dentro do prazo de até 4 meses e que o Ceir segue produzindo e realizando a concessão de outros itens, como órteses e próteses. Por fim, a Associação Reabilitar informa que segue aberta ao diálogo com o poder público, em busca de uma solução que permita a retomada desse importante serviço.
Teresina, 09 de dezembro de 2022.
Fonte: Redação portal AZ