Estudo alerta para impacto das redes sociais na autoestima de jovens brasileiros

Ansiedade, comparação estética e isolamento são efeitos do uso excessivo das plataformas

Por Carlos Sousa,

Um estudo recente, divulgado pelo Panorama da Saúde Mental 2024, revelou que quase metade (45%) dos casos de ansiedade entre jovens de 15 a 29 anos está diretamente relacionada ao uso intensivo de redes sociais. A pesquisa também apontou que 65% dos entrevistados, de diferentes faixas etárias e regiões, apresentam dificuldades emocionais em algum grau.

Foto: Reproduçãohapvida
hapvida

Para especialistas, o uso constante dessas plataformas pode gerar impactos significativos na autoestima dos jovens. A psicóloga Elane Christine, da rede Hapvida, destaca que as redes sociais exaltam padrões de beleza e estilos de vida idealizados, criando um ambiente propício à comparação e à frustração.

Foto: Reproduçãopsicóloga da Hapvida, Elane Christine
Elane Christine, Psicóloga da Hapvida

“O padrão de vida e estético almejado pelos jovens é o que está sendo mostrado nas redes como ideal. A obsessão por se encaixar nesses formatos pode levar ao desenvolvimento de transtornos alimentares, mentais e até de personalidade”, alerta.

Comparação, distorção e isolamento

Segundo a psicóloga, ao perceberem que não fazem parte do padrão frequentemente compartilhado nas redes sociais, muitos jovens passam a se comparar excessivamente, dando início a autocobranças que abalam a autoconfiança e o bem-estar emocional. Isso pode resultar em episódios de isolamento social.

Além disso, o uso de filtros digitais, potencializados por inteligência artificial, intensifica distorções de imagem e pode reforçar a busca por padrões estéticos difíceis ou até impossíveis de alcançar.

Como promover um uso consciente das redes

Para ajudar jovens e suas famílias a lidarem melhor com os desafios do ambiente digital, Elane Christine listou algumas recomendações voltadas tanto para adolescentes quanto para pais e responsáveis:

Dicas para os jovens:

  • Seguir conteúdos positivos e educativos: perfis de arte, cultura e autoconhecimento são boas opções.
  • Evitar comparações irreais: lembrar que a maioria só compartilha o “lado bom” da vida.
  • Manter interações saudáveis: fugir de brigas online e priorizar respeito.
  • Cuidar da privacidade: ajustar configurações e evitar exposição excessiva.
  • Praticar detox digital: fazer pausas intencionais das redes para focar em atividades fora do digital.

Dicas para os pais:

  • Estabelecer limites de tempo em conjunto: com diálogo e acordos sobre horários de uso.
  • Estimular atividades offline: como esportes, leitura, passeios e encontros presenciais.
  • Dar o exemplo: manter hábitos saudáveis com a tecnologia e evitar o uso excessivo também dentro de casa.

A pesquisa serve de alerta para que o uso das redes sociais seja feito de maneira mais consciente, crítica e equilibrada, preservando a saúde mental e emocional de uma geração cada vez mais conectada, mas também vulnerável aos impactos do mundo digital.

Fonte: Portal AZ

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