Aplicativo Signal foi usado para troca de mensagens sigilosas do governo Trump

Uso do app levanta debate sobre segurança digital e vazamento de dados sigilosos nos EUA

Por Dominic Ferreira,

O aplicativo de mensagens Signal, conhecido por seu alto nível de segurança e criptografia, tornou-se o centro de uma polêmica após a revelação de que funcionários do governo Trump o utilizaram para discutir temas sigilosos de segurança nacional. O caso veio à tona quando o editor-chefe da revista The Atlantic, Jeffrey Goldberg, foi adicionado, por engano, a um grupo onde eram debatidos detalhes sobre um ataque militar ao grupo houthi no Iêmen.

Foto: Reprodução | White HouseAplicativo Signal
Aplicativo Signal

O episódio gerou grande repercussão, com o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, classificando-o como  "um dos mais impressionantes"  e exigindo uma investigação. Especialistas alertam que, apesar de sua criptografia de ponta a ponta, o Signal não é seguro o suficiente para a troca de informações altamente confidenciais. O vazamento ressaltou riscos inerentes ao uso de dispositivos pessoais por agentes governamentais para tratar de questões sensíveis.

O Signal, que tem entre 40 e 70 milhões de usuários ativos, se destaca por coletar menos dados dos usuários e ser de código aberto. Contudo, sua segurança não impede falhas humanas, como acesso indevido ao dispositivo ou compartilhamento involuntário de informações. O governo dos EUA tradicionalmente utiliza ambientes de segurança máxima, conhecidos como Scif (Sensitive Compartmented Information Facility), para lidar com assuntos de defesa, o que evidencia a inadequação de aplicativos convencionais para tais conversas.

Além do vazamento, o Signal também enfrenta desafios regulatórios. A possibilidade de configurar mensagens para desaparecimento após um período determinado pode violar leis de preservação de registros governamentais. Além disso, governos de diferentes países pressionam por backdoors que permitam acesso às mensagens criptografadas, o que já levou a empresa a ameaçar retirar seus serviços do Reino Unido caso sua segurança seja comprometida. O caso mostra que, apesar dos avanços na criptografia, a segurança da informação ainda depende, em grande parte, do bom uso das ferramentas tecnológicas.

Fonte: Correio Braziliense

Comente

Pequisar