Comissão externa cobra mais ação do governo com migrantes venezuelanos em Roraima

Segundo deputado, população do estado está revoltada com a dificuldade de acesso aos serviços públicos básicos

Por Câmara dos Deputados,

Entre 2015 e 2019, quase 200 mil venezuelanos entraram no Brasil. A Câmara acompanha esse deslocamento por meio de uma comissão externa, coordenada pelo deputado Nicoletti (PSL-RR). As crises política, econômica e social no país vizinho levaram até ao fechamento da fronteira Brasil-Venezuela entre fevereiro e maio. Nicoletti se queixa de que a situação em Roraima ainda é crítica e de que o processo de distribuição de venezuelanos para outros estados brasileiros não tem funcionado.

“Infelizmente, o processo de interiorização não está sendo eficaz. Recentemente, houve essas pseudo-queimadas na região Amazônica, em que se teve que mobilizar toda a Força Aérea do Brasil e isso acabou interrompendo esse processo de interiorização. O governo federal adotou algumas práticas de compra de passagens aéreas para retirada dos venezuelanos daqui de Roraima. Algumas igrejas e ONGs também fazem com que os venezuelanos ganhem passagens aéreas e rodoviárias. Mas isso é muito pouco. Está fraco esse processo”, disse Nicoletti.


Venezuelanos em Roraima, estado que recebeu a maioria dos 200 mil migrantes do país vizinho que entraram no Brasil entre 2015 e 2019 (Foto: Reprodução/NBR)

Serviços públicos

A comissão externa encaminhou ofícios a várias embaixadas no Brasil pedindo apoio logístico, aeronaves, remédios e equipamentos hospitalares para reforçar o atendimento aos venezuelanos, sobretudo em Boa Vista e Pacaraima. O deputado Nicoletti explica que, mesmo reconhecendo a necessidade de ações humanitárias com os venezuelanos, a população de Roraima se revolta com a dificuldade de acesso aos serviços públicos básicos no estado.

“A população daqui ainda está revoltada porque verifica que hoje os atendimentos médicos e a questão da educação têm piorado bastante. A segurança pública está em calamidade até por falta de efetivo da Polícia Militar do estado de Roraima e falta da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal na fronteira. Para a população, o governo acaba encarando a situação com naturalidade. A gente precisa sim tomar umas medidas mais fortes para 2020 e fazer uma cobrança mais rápida do governo federal”, observou o deputado.

Recentemente, o Comitê Nacional para Refugiados, ligado ao Ministério da Justiça, facilitou o reconhecimento da condição de refugiados para venezuelanos. Entre 2010 e 2018, a Polícia Federal registrou 466 mil migrantes e 116 mil refugiados no Brasil, muitos deles vindos da Venezuela e do Haiti.

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